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  • Diretor técnico médico responsável: Dr. Fernando Prado Ferreira CRM/SP: 103.984 | RQE: 39.163.1
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A epigenética

Como somos diferentes?

Tenho certeza de que será uma surpresa para você saber que 99,9% dos genes são idênticos para cada pessoa. Isto significa que as diferenças que vemos ao nascimento não dependem se a criança tem um gene específico herdado de você; as diferenças são o resultado de variações pequenas em um único gene, mas sobretudo os efeitos do ambiente determinam como será expresso o código genético.

Epigenetica - Funcionamento
Imagem meramente ilustrativa

Os dois principais mecanismos da Epigenética: as Histonas (que “enrolam” e inativam o DNA) e a Metilação (o radical “Metil” inativa um gene).

O poder do útero

O DNA não produz vida. É seu ventre que, independente da origem do óvulo, vai determinar a nutrição e o desenvolvimento de um novo ser. Os efeitos do ambiente (seu útero) sobre os genes do embrião em desenvolvimento são incríveis. Nosso código genético possui verdadeiras “chaves de liga/desliga”, que ativam ou inativam a ação dos genes. Quem determina quais genes serão ativados ou não, é o ambiente (útero). Esta ativação/inativação em apenas certos genes é afetada por muitos fatores diferentes durante nossa vida, incluindo o estilo de vida, os hormônios, a exposição a agentes cancerígenos, temperatura e, entre outros fatores, o funcionamento fisiológico do corpo. Como nos sentimos, pensamos e reagimos também leva certos genes a ser expressos e outros inativados. Estes mecanismos de ativação e inativação estão fora do código genético e os chamamos de fatores epigenéticos (do Grego: epi = além de + genética). A expressão dos genes começa no útero. A mulher grávida, com seu útero representando o meio ambiente, é responsável pela forma como os genes do bebê serão expressos. Esta fase inicial da vida, as primeiras 40 semanas ou mais, começa a moldar as características da criança ao nascer. Evidências cientificas têm demonstrado que os genes e o DNA não são responsáveis pela especificidade dos seres humanos. Algumas teorias têm sugerido que até mesmo o modo “como nós pensamos” pode afetar a expressão dos genes. Eles podem ser expressos ou permanecer adormecidos, dependendo de sinais provenientes do exterior da célula.

Como exemplo, temos o caso da mosca doméstica (mosca da fruta), chamada cienticamente de Drosophila melanogaster. Uma cepa de laboratório da mosca tem olhos brancos. Se a temperatura do ambiente em que os embriões são normalmente cultivados sai de 25 graus e é rapidamente aumentada para 37 graus Celsius, as moscas nascem com olhos vermelhos. Se essas moscas são novamente cruzadas, as gerações seguintes são em parte de olhos vermelhos,
mesmo que a temperatura seja mantida em 25 graus.

Imagem meramente ilustrativa

Outro exemplo muito interessante é o dos camundongo Agouti. Geneticamente são idênticos, mas se fêmeas forem alimentadas durante a gestação de maneira diferente, sua prole será completamente distinta. Quando a alimentação é rica em suplementos, inclusive ácido fólico (que serve como fonte de Metilação (mecanismo que inativa um gene), o gene “agouti” é metilado (inativado) e os filhotes nascem com a pelugem marrom. Quando não há uma alimentação rica em suplementos, o gene “agouti” continua ativo (não-metilado) e confere pelugem amarelada à prole, bem como diabetes, obesidade e risco de tumores nos camundongos quando atingirem a idade adulta.

Camundongos Agouti: o de pelugem amarelada nasceu de uma mãe com dieta pobre em ácido fólico, causando obesidade, diabetes e surgimento de tumores.

O efeito da epigenética na concepção dos óvulos doados:

Lembrando que 99,9% dos genes de um bebê são idênticos aos de todos os outros seres humanos, temos que apenas o 0,1% restante é responsável por todas as variações que vemos nas pessoas. Um bebê concebido de um óvulo doado (que tem aproximadamente o tamanho de um ponto, ou seja, 100 micrômetros) recebe as “instruções” sobre a expressão dos seus genes da mulher que o carrega (a gestante) e não da que o doou. Isto significa que um bebê concebido através óvulo doado tem três pais biológicos: um pai, a doadora do óvulo e a mulher que o carrega na gravidez. A criança que nasce será física e emocionalmente diferente da mulher que o doou. Em outras palavras, a mãe que gesta influencia o que a criança será e assim, em nível genético, é seu filho.

Talvez o maior mito envolve a gravidez diz respeito quão fato de que o útero seria simplesmente uma incubadora. Nada poderia estar mais longe da verdade. O aspecto mais importante de todas as gestações – incluindo a decorrente de doação de óvulos – é que o crescimento de cada célula do corpo do feto em desenvolvimento é construído a partir do corpo da mãe grávida. O tecido de revestimento do seu útero (o endométrio) irá contribuir para a formação da placenta. O feto usará proteínas de seu corpo; o feto usará seu cálcio, seus açúcares, nitratos e fluídos. Assim, você não é passiva neste processo. Você determina como será seu filho.

Referências na Literatura Médica:

World Health Organization, Department of Reproductive Health and Research.

WHO laboratory manual for the examination and processing of human semen”. Fifth edition. 2010.

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