A endometriose é uma doença inflamatória benigna, do sistema reprodutivo feminino, definida como uma lesão dependente de estrogênio, uma das principais causas de infertilidade feminina e dor pélvica que acometem cerca de 30% das mulheres com infertilidade. Refere-se a uma condição em que células que normalmente recobrem a parede interna do útero são encontradas fora da cavidade uterina. É uma doença que afeta mais severamente mulheres com idades entre 25-35 anos, uma vez que o crescimento dos implantes é dependente de esteroides ovarianos produzidos. Os pacientes podem apresentar sintomas que vão de assintomático à infertilidade. Veremos mais a frente os tipos de endometriose que existem.
Existem diferentes maneiras de classificar os tipos de endometriose. Os especialistas atribuem de acordo com:
– As áreas do corpo afetadas
– O tamanho do tecido endometrial
– Sua profundidade
Estágio 1 – Mínimo: Existe alguns pequenos implantes ou lesões. Podem ser encontrados em seus órgãos ou no tecido que reveste a pélvis e o abdômen. Neste caso há pouco tecido cicatricial.
Estágio 2 – Leve: Há mais implantes que o estágio 1. São mais profundos no tecido e pode haver algum tecido cicatricial.
Estágio 3 – Moderado: Existem muitos implantes profundos. Neste caso tem bandas grossas de tecido cicatricial, denominada de adesões.
Estágio 4 – Grave: Este estágio é o mais difundido e nele tem muitos implantes profundos e aderências espessas.
A endometriose também é classificada por qual área da pelve ou do abdômen ela afeta. Existem quatro tipos de endometriose principais.
Endometriose peritoneal superficial: O peritônio é uma membrana fina que reveste o abdômen e a pelve. Também cobre a maioria dos órgãos nessas cavidades. Nesse tipo, o tecido endometrial se liga ao peritônio. Esse é o tipo menos grave.
Endometriomas ou moderadas: Este tipo de endometriose é caracterizado por apresentar cistos escuros e cheios de líquido. Variam em tamanho e podem aparecer em diferentes partes da pélvis ou do abdômen, mas são mais comuns nos ovários. Pode afetar o processo de foliculogênese, prejudicando a ovulação e causando infertilidade.
Endometriose profunda: Neste tipo, o tecido endometrial invade os órgãos dentro ou fora de sua cavidade pélvica, podendo incluir ovários, reto, bexiga e intestinos. É a forma mais severa de endometriose e por consequência gera o maior grau de infertilidade.
Endometriose da parede abdominal: Neste tipo, o tecido endometrial pode crescer na parede abdominal. A endometriose pode estar presente em cicatrizes cirúrgicas de incisões abdominais, principalmente após a incisão do parto cesáreo.
A endometriose torna-se habitualmente aparente durante os anos férteis, quando as lesões são estimuladas pelos hormônios ovarianos da mesma maneira que o endométrio normal, tornando-se proliferativas e, a seguir, secretoras. Os sintomas tendem a ser mais pronunciados no período pré-menstrual, diminuindo após o término da menstruação. Além de infertilidade, está comumente associada aos sintomas como dor pélvica crônica que constitui o sinal de apresentação mais comum, outros sintomas consistem em dispareunia, disquezia e dor ao urinar. Os principais sintomas evidenciados em caso de infertilidade são dismenorreia e sangramento uterino irregular.
É necessário para seu diagnóstico, uma análise ginecológica e de exames de imagem realizados por médicos especializados em tratar a doença. Em pacientes com sintomas de endometriose realiza-se o exame ginecológico e o toque vaginal, pois o médico ao realizar a avaliação pode sentir um nódulo no fundo da vagina ou um cisto no ovário, sugestivos da doença. Deste modo, exames de imagem como ultrassom transvaginal com preparo intestinal e ressonância magnética são fundamentais para a confirmação da suspeita do diagnóstico da endometriose.
Existem diferentes estágios e tipos de endometriose. Deste modo, é necessário que as consultas e os exames periódicos sejam realizados corretamente para ser definido o tratamento adequado.
Para o tratamento da infertilidade é necessário acompanhamento com um médico especialista em reprodução humana assistida, onde ele avaliará o potencial fértil da mulher e de seu marido, no qual indicará um tratamento adequado para o casal realizarem o sonho de terem seu tão esperado filho.
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